domingo, junho 13, 2010

Dos sincericídios

É PRECISO NÃO ESQUECER NADA

É preciso não esquecer nada:
nem a torneira aberta nem o fogo aceso,
nem o sorriso para os infelizes
nem a oração de cada instante.

É preciso não esquecer de ver a nova borboleta
nem o céu de sempre.

O que é preciso é esquecer o nosso rosto,
o nosso nome, o som da nossa voz, o ritmo do nosso pulso.

O que é preciso esquecer é o dia carregado de atos,
a idéia de recompensa e de glória.

O que é preciso é ser como se já não fôssemos,
vigiados pelos próprios olhos
severos conosco, pois o resto não nos pertence.

(Cecília Meireles)

Eu gosto de "ser levada em conta". Gosto quando meus sentimentos são tidos em consideração. Quando não sou vista como um fantasma, como um espectro, mas como alguém que tem um coração vivo, que tem sangue nas veias e se sente vulnerável como qualquer mortal...

Eu quando quando sinto que "existo". Eu admiro muito quando, antes de dizer alguma coisa, uma pessoa pondera e pensa: "a quem eu vou ferir com estas palavras?".

O que não suporto são pessoas que, sob a desculpa de estarem sendo muito francas e honestas, disparam toda sorte de comentários odiosos e crueldades sobre os outros. Eu os chamo "sincericidas": matam através da sinceridade arrogante e desnecessária.

Obrigada a todos aqueles que, antes de me dizer alguma coisa, já ponderaram sobre se aquilo me faria chorar ou não.

Salaam
Layla