Colcha de retalhos
Para Elis
Se pudessem ver o rosto
do coração de Elis,
veriam que é uma colcha de retalhos.
De diferentes estampas e diferentes texturas,
como são, de fato, todos os cortes
depois de cicatrizados.
Uma colcha de retalhos construída
paulatinamente,
alinhavada com música,
silêncio
e o susto do reconhecimento.
Coração colcha de retalhos,
generosidade de tecido,
medicina contemplativa
dos cortes em mim abertos
pelas minhas próprias mãos.
Coração agulha e linha,
tessitura fina e desigual,
feminina, em ponto crescente,
alinhava rasgos e precipícios
como uma índia antiga
macerando plantas:
madrugada na aldeia.
Alinhava rasgos e precipícios
como uma aldeã que faz o pão
e, com ele,
mata a fome dos homens
e abranda suas discórdias.
Retalhos de Penélope
tecidos a cada espera.
Fruto do tear noturno
em que a trama do mundo
é desenhada em silêncio,
nas mãos das mulheres insones.
Colcha de retalhos,
coração de Elis.
E o mundo não precisa mais chorar
nem morrer encolhido, com frio.
2 Pitacos:
Querida Gi
Procurando um poema de Cecilia, cruzei com teu blog."O meu amor não tem importância nenhuma".
Bonita como sempre, a tua escrita. Admiravel tessitura que eu tanto estimava. Eu te guardo saudades sinceras, dos idos de 2005, 2006, quando conversavamos longamente, segredando-nos.Queria ser um pouco tu, em ti me espelhava.
Não me recordo se de algum modo procurei me apartar, ou me fiz responsavel pelo teu apartamento.
Não sei se algo foi alquebrado, mas deixo aqui uma saudade(mais uma vez) franca e um suspiro e um desejo enorme de te ver sorrindo.
Qualquer coisa que já nem sei, perdoa-me.
Algumas pessoas ficam no coração, e com certeza voce ficou.
Cris Nobre.
http://www.facebook.com/cris.nobre
ps: se quiser, procura-me.Eu sorriria muito. Tenho facebook. O msn foi abandonado ha tempos.
Sinto tanta saudade de ti!
Beijos enormes!
Mirka das Rosas
ou simplesmente, Renata
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