Sobre todos os filhos que gerei

Enquanto não concebo filhos,
dou palavras à luz.
As palavras são meus filhos.
Trazidas ao mundo muitas vezes em meio às mesmas dores
com que novas almas são trazidas à claridade.
O pensamento é a gestação.
A escrita é o parto: tantas vezes, tão dolorosa
quanto as entranhas expostas.
Ato mecânico e divino
é meu momento de maior proximidade com a maternidade.
Torno-me mãe de tantos filhos quanto posso escrever -
tantas palavras, que se confundem comigo
que carregam meus genes
e a cor dos meus olhos.
Deposito vida em cada uma delas e,
como fossem filhos,
quanto mais se tornam vivas,
mais vivo, eu também.
Mirandópolis,
13/julho/2007
05:25 a.m.
Salaam
Layla
Imagem: Pablo Picasso (é claro...)
9 Pitacos:
Que bom vê-la viva assim....
Bjos
Olá, querida, tudo bem? Quanto tempo não passo por aqui. Mas fico feliz em te sentir mais leve, mais viva, efetivamente mais feliz! Continuo torcendo por você. Bjs.
Queryda e amada Layla,
Suas palavras são lindas e inspiradoras porém, meu filho tem olhos azuis....hihihihihih...
Beijos
Layla,
Sou uma estreante no mundo dos blogs e é a primeira vez que escrevo um comentário para alguém, movida pela beleza de seu blog e pela identificação com os mesmos afetos literários, com os gatos e, en passant, com a psicologia.
Parabéns, é um prazer estético passear por aqui.
Fiquei feliz por sua visita, Layla!
...e não acredito, alguém que escreve como você jamais será "chata e neurastênica".
E esses rótulos, especialmente os psicológicos... who cares?
Uma boa semana pra você.
Saudade de ti!
Brisas
Na corrida com os lobos, quando novos posts vão ser deixados aqui?
Um abraço, de um dia frio em Salvador.
palavras que dóiem como ter um filho mas que nos fazem felizes depois de as vermos aconchegadas na rima certa.
palavras que ficarão cá, como um filho, quando nós partirmos.
um pouco da nossa eternidade...
bom poema.
beijos
______.
Adorei seu blog, voltarei sempre, vou já fazer as bolachas....
bjs
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