quarta-feira, agosto 02, 2006

Desejo é fome, é o fogo que respiro

Take me now, baby, here as I am
Hold me close, and try and understand
Desire is hunger is the fire I breathe
Love is a banquet on which we feed

Come on now, try and understand
The way I feel under your command
Take my hand, as the sun descends
They can't hurt you now, can't hurt you now,
Can't hurt you now...

Because the night belongs to lovers,
Because the night belongs to us
Because the night belongs to lovers,
Because the night belongs to us

Have I a doubt, baby, when I'm alone
Love is a ring, a telephone
Love is an angel, disguised as lust
Here in our bed until the morning comes

Come on now, try and understand
The way I feel under your command
Take my hand, as the sun descends
They can't hurt you now, can't hurt you now,
Can't hurt you now...

Because the night belongs to lovers,
Because the night belongs to us
Because the night belongs to lovers,
Because the night belongs to us

With love we sleep,
with doubt the vicious circle turns, and burns
Without you, oh I cannot live,
Forgive the yearning burning
I believe it's time to heal to feel,
So take me now, take me now, take me now...

Because the night belongs to lovers
Because the night belongs to us
Because the night belongs to lovers
Because the night belongs to us.

(“Because the Night”, 10 000 Maniacs)


(Em português:)

Me aceite agora, baby, aqui como eu sou.
Me abrace forte, experimente e entenda.
Desejo é fome, é o fogo que respiro,
Amor é um banquete no qual nos alimentamos.

Venha agora, experimente e entenda
O modo como me sinto sob o seu domínio
Pegue minha mão enquanto o sol desce,
Eles não podem te magoar agora,
Não podem te magoar agora,
Não podem te magoar agora...

Porque a noite pertence aos amantes,
Porque a noite pertence a nós
Porque a noite pertence aos amantes,
Porque a noite pertence a nós

Eu tenho duvidado, quando estou sozinho?
O amor é um toque do telefone
O amor é um anjo disfarçado como luxúria
Aqui em nossa cama, até que a manhã chegue.

Venha agora, experimente e entenda
O modo como me sinto sob o seu domínio
Pegue minha mão enquanto o sol desce,
Eles não podem te magoar agora,
Não podem te magoar agora,
Não podem te magoar agora...

Porque a noite pertence aos amantes,
Porque a noite pertence a nós
Porque a noite pertence aos amantes,
Porque a noite pertence a nós

Com amor nós adormecemos
Com a dúvida, o círculo vicioso gira e queima.
Sem você eu não posso viver,
Perdoe, a saudade queima...
Eu creio que é hora de curar, de sentir,
Então me aceite agora, me aceite agora,
Me aceite agora...

Porque a noite pertence aos amantes,
Porque a noite pertence a nós
Porque a noite pertence aos amantes,
Porque a noite pertence a nós...


Existem braços que, mesmo quando vão embora, não vão. Fazem-se presentes, sobremodo, e é possível sentir o abraço ainda na ausência. Há braços que deixam-se ao redor, mesmo quando caminham para longe. É como se dissessem: nós vamos, mas o abraço fica.

O abraço fica, para que se lembre da sede, da fome. Para que se lembre de como é saciar a sede, e saciar a fome. Para que se tenha sede e fome novamente, e que se espere, novamente, saciá-las.

Sempre gostei deveras desta canção. De seus violoncelos que crescem absurdamente, e me cortam ao meio. Dessa letra absurdamente simples, e absurdamente lasciva, a meu ver. “Entenda como me sinto sob o seu domínio”. Gosto dessa frase, sobre todas as outras. É que se planeja sempre o controle da situação, em tudo na vida. Busca-se o leme, busca-se a direção. Bobagem. Felicidade é deixar-se guiar, às vezes, ainda que não se saiba para onde. Deixar-se guiar por mãos alheias. Dizer: “me leve... Qualquer que seja o lugar”. Saber-se que é bom ir, seja para onde for.

Lembro-me dos olhos dele, um certo dia. Sempre me lembro desses olhos, deveras eloqüentes, e mais verborrágicos que minhas palavras tortas. Sempre que eu dizia: “vamos?”, ele me respondia: “vamos... mas para onde?”. Minha resposta era sempre a mesma: “para qualquer lugar”.

Qualquer lugar.

É que não importava o lugar e, de fato, não me importa lugar algum. Eu só queria estar entre aqueles braços. Às vezes – muitas vezes – havia silêncio, e o mundo ao redor desaparecia, sob o olhar do Escorpião no céu, e os olhos de vidro das janelas da estação de trem, adormecida durante a madrugada. Mais nada. Todo o resto se apagava, paulatinamente, quando aquela cabeça me repousava nos ombros.

Meu coração repousava nas mãos dele, diminuto, como um brinquedo de criança.

Ainda repousa. Aqui, de longe.

Aqui de longe, morro de saudades. “The yearning burning”, como na música.

(...)

Como Penélope, bordo longas velas de navio. Conto as horas para que possa novamente naufragar naqueles olhos escuros como os meus. Negros de tanto olhar a noite.

Salaam
Layla

4 Pitacos:

Anonymous Anônimo falou...

"Felicidade é deixar-se guiar, às vezes, ainda que não se saiba para onde". Confordo contigo, mas isto me fez pensar.

O meu desejo por ser livre conflita diretamente com esta idéia de felicidade. Acho que devo sair correndo pelo mundo, um dia alguém vai me acompanhar.

8/03/2006 10:18:00 AM  
Anonymous Anônimo falou...

que bunito.

8/04/2006 02:27:00 AM  
Blogger Carlota e a Turmalina falou...

Ah...amiga....
Olho no olho, mas sempre um olho castanho claro...
Não me lembro de ter sucumbido à olhos negros, nessa vida.
Mas trago sempre comigo o calor e a força dos melhores e maiores abraços!
A vida se encarrega de separar as pessoas e o eterno abraço de reuní-las à cada lembrança.
Beijos e um abraço

8/06/2006 10:15:00 PM  
Blogger Pawqar Waraq falou...

oiii,
to passando para parabeniza-la pelo blog, ta muito bacana.Eu por exemplo adorei por tratar da poesia, tipo eu admiro- a muito....conte com as minhas visitinhas....
vlw!!
abraços!

9/10/2006 04:25:00 PM  

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