Le Fabuleux Destin
Hoje foi assim. Desenhei até as sete e meia da manhã, quando fui dormir. Entretanto – e para minha surpresa – despertei às dez da manhã. Como há tanto tempo não ocorria. Não sei por quê. Senti o cheiro de pão fresco na rua, levantei-me e me pus a caminhar.
Caminhar, caminhar a esmo, e há quanto eu não fazia isso! Caminhar olhando para as árvores, e percebendo as lindas flores amarelas que as enfeitavam e forravam o chão, deixando-o parecido com um quadro de Van Gogh. Caminhar ouvindo os pássaros que voavam, aos pares, desfrutando de um namorico leve e barulhento. Caminhar dando bom-dia aos transeuntes e brincando com os cachorros da rua.
Coisa de cinema. Um plágio de Amélie Poulain, alguns diriam. Mas não era. Era apenas a vida. A vida sorrindo um sorriso largo, como há muito não acontecia. Há muito tempo eu não acordava plena de vontade. Uma vontade incontrolável. Uma vontade desesperada. Aterradora. Uma descomunal vontade de viver. De sorver a vida em goles largos, e saboreá-la nos mínimos detalhes.
Vontade de chegar em casa, e colocar aquele cd de música francesa para tocar. E de comer a minha comida preferida. E de telefonar para uma amiga querida, e dizer que a adoro, e que estou muito feliz hoje, e precisava dizer isso a alguém.
E eu fiz isso tudo.
Hoje, no dia em que a Beduína sorriu para o mundo, e que as flores ficaram felizes.
“Quando piso em flores
Flores de todas as cores
Vermelho-sangue
Verde-oliva
Azul-colonial
Me dá vontade de voar sobre o planeta
Sem ter medo da careta
Na cara do temporal
Desembainho a minha espada cintilante
Cravejada de brilhantes
Peixe-espada, vou pro mar
O amor me veste com o terno da beleza
E o saloon da natureza
Abre as portas pr’eu dançar...”
(Zeca Baleiro, “Boi de Haxixe”)
Salaam
Layla
:)
1 Pitacos:
Oi Laylica
Faz muito tempo que não ando à esmo...lembro de fazer muito isto qdo morava em São Paulo.É bom demais... é o sentimento de liberdade, liberdade para ser feliz!
Grande beijo
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